E estamos na outra banda da laranja...

E seis meses do ano passaram com tanta rapidez que eu simplesmente estou um pouco assustada. Pra onde foram esses seis meses? Sério? Às vezes eu penso que eu pisquei e já estamos na outra metade do ano. E é justamente nessa linha do meio que vem aquela pergunta básica: o que eu já fiz até aqui? E as minhas metas de ano novo, como estão? Como diz o meu professor de Constitucional, até aqui o Senhor nos ajudou, mesmo eu não tendo cumprido nem metade da metade das coisas que eu tinha me proposto fazer. E é justamente sobre isso que eu quero falar. Mas primeiro, vamos por partes.

Uma coisa com a qual tenho convivido é com a ansiedade. E não, não fui diagnosticada como algumas pessoas já o foram em vários níveis, mas eu acredito que todos nós temos em até certo nível um pouco de ansiedade. Então, nesses primeiros seis meses, devido a uma série de situações, percebi e também me senti, gradativamente mais ansiosa. Mas não aquela ansiedade aceitável, mas uma ansiedade que começou a me causar algumas muitas noites mal dormidas, níveis de insatisfação mais elevados do que o normal e uma explosão de acne hormonal que há muito tempo não tinha vivenciado.

Não sei em que ponto eu estava antes das minhas férias, mas conscientemente eu já começava a cogitar buscar um profissional. Pois estava profundamente preocupada com determinadas situações e extremamente insatisfeita com o fato de não ter cumprido parte do que tinha me proposto cumprir. Uma combinação nem um pouco saudável para minha saúde mental. E me sentindo chegar quase em um limite até mesmo por mim desconhecido, saí de férias e conseguir nesses poucos dias colocar algumas coisas no lugar.

Esqueci o trabalho completamente, e até mesmo meus estudos. Pra alguém de fora essa decisão pode até parecer um tanto insensata, mas como me fez bem. Aproveitei meus dias na minha cidade natal com pessoas que amo e que tenho tão pouca oportunidade de estar junto, e posso dizer que esses dias tiveram uma propriedade tão curativa que voltei muito mais leve das minhas férias.

Alguns problemas persistem depois das férias, claro, eles não sumiram. Apenas foram deixados em stand-by nesse período, porém, voltaram com tudo assim que coloquei meus pés novamente no meu mundo “real”. Contudo, minha postura com relação a eles é completamente diferente. Assim como em relação aos projetos negligenciados e os estudos em atraso. Vivo um dia de cada vez, respiro e faço tudo aquilo que está dentro da minha capacidade. Tento não atropelar mais nada, da mesma forma que tento a cada novo amanhecer não trazer ao novo dia o peso do dia anterior, ou projetar para o amanhã o problema do hoje. Há uma passagem Bíblica que gosto bastante que reflete justamente isso: "Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado" (Mt 6,34).

Por isso, mesmo que os planos da virada de ano não tenham nem mesmo começado, ou quem sabe possam até ter mudado, não fique triste, nem decepcionado, e tente ao menos não ficar ansioso. Temos cerca de 184 dias pela frente pra criar novos planos, e realizar inúmeras coisas. Temos a mania de colocar como marco de virada o dia 31 de Dezembro, mas não! Qualquer dia pode ser o dia da virada, basta você querer. E eu sei que pode ser bem difícil projetar ou imaginar como cada coisa possa ser, e talvez a ansiedade seja algo com a qual você tenha que lidar e batalhar todos os dias. Eu sei que não é fácil. Não foi, e pra ser sincera, neste momento também não está sendo. Mas, vamos tentar focar a cada novo dia nas possibilidades? Assim, quem sabe, aquela sensação horrível possa diminuir gradativamente até o ponto de não ser algo que nos incapacite.

Vai dar tudo certo pessoal. Vamos acreditar que vai. Afinal, cada novo dia é um presente que nos é dado e que pode ser qualquer dia, ou quem sabe “O DIA”.

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